Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo.
Piracicaba é o “Vale do silício” da Tecnologia para a Agricultura?
A resposta é sim! Mas calma, não iremos comparar obviamente com o Vale do Silício americano, localizado no estado da Califórnia, onde concentram-se as maiores empresas de tecnologia de ponta do mundo, tais como: Intel, Apple, Facebook, Google, Linkedin, HP e muitas outras. O Vale do Silício, ou “Silicon Valley”, nasceu em torno da Universidade de Stanford, e cresceu de uma forma espontânea.
A formação de recursos humanos, geração de conhecimento e incentivo ao empreendedorismo com os estudantes foi à fórmula perfeita que a academia contribuiu para aquele Ecossistema, juntamente com políticas públicas, como a redução de tributos no ganho de capital das empresas. Também é importante salientar que, mesmo a concorrência entre as grandes empresas de tecnologia, contribui para que elas se desenvolvam e busquem inovar cada vez mais.
Por que Piracicaba?
Piracicaba tem sua história ligada ao agronegócio, através da cana-de-açúcar, e no início os engenhos já aplicavam a tecnologia para o processamento desta matéria-prima. Com a construção do Engenho Central que se tornaria o maior complexo açucareiro da Província de São Paulo, em 1881, com o uso de equipamentos modernos e abolição da mão de obra escrava, houve a inovação na forma de produção, tornando o munícipio a “capital do açúcar”. No mesmo espaço hoje é abrigado o primeiro e único Museu da Cana-de-Açúcar no país, que conta o ciclo e história do desenvolvimento econômico canavieiro, onde tudo começou.
Mais tarde, a criação do grupo industrial Dedini consolidou esta vocação sucroalcooleira, desenvolvendo equipamentos para o setor. Sendo hoje o município de Piracicaba responsável pela produção aproximada de 65% de todos os equipamentos consumidos pelo setor sucroalcooleiro nacional.
Já no início do século XX iniciaria as atividades da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, que viria a ser uma das fundadoras da Universidade de São Paulo, e hoje considerada uma das cinco melhores escolas de agronomia do mundo, e a única destas localizadas na região dos trópicos.
Com a ESALQ/USP, Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Fatec, EEP (Escola de Engenharia de Piracicaba), FOP/UNICAMP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) e outras instituições de ensino superior, tornou o município uma cidade acadêmica, formando uma grande quantidade de trabalhadores altamente qualificados.
Atualmente, esta somatória de geração de conhecimento sediando organizações de pesquisa, incubadoras e empreendedorismo, como o Parque Tecnológico de Piracicaba, referência para o setor sucroenergético, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) desenvolvendo a primeira variedade de cana transgênica e o etanol de segunda geração e contribuindo com o desenvolvimento sustentável da cadeia, e o Centro de Pesquisa em Energia Nuclear para Agricultura (CENA) além de diversas start-ups e empresas, muitas de porte internacional, voltadas ao agronegócio, originou este Ecossistema Tecnológico.
A campanha “Vale do Piracicaba”, ou AgtechValley, tem o objetivo de reconhecer, fortalecer e criar uma identificação da sociedade com o nosso ecossistema tecnológico.
E por que isto é importante?
Com estas ações de rede colaborativa, a adesão dos setores público e privado, se dará praticamente sem custos. Além disso, utilizaremos uma rede de contatos para divulgar esta nossa identificação com a Tecnologia para a Agricultura. Expomos uma Identidade Visual, promovendo um sentimento de Origem dos produtos e serviços relacionados ao nosso vale.
O que esperamos é uma maior atenção do Brasil e do mundo para a localidade, resultando em:
– Desenvolvimento das nossas empresas e instituições de ensino;
– Vinda de novos empreendimentos identificados com a tecnologia para a agricultura;
– Reconhecimento e fortalecimento de uma cultura de colaboração para inovação.
Desta forma, utilizando colaboração e criatividade, a economia local beneficia-se, bem como o setor imobiliário, turismo de negócios, prestadores de serviços e fornecedores de produto e matéria-prima, consequentemente gerando renda e empregos.
Mesmo com economia diversificada, ainda precisamos desenvolver políticas públicas para acentuar esta atratividade e conectividade com o setor tecnológico.
O “Vale do Piracicaba” não tem dono, ele é um movimento orgânico e pertence a toda sociedade piracicabana, que tem historicamente a tecnologia, inovação e a agricultura nas suas origens. Tornando-se uma comunidade empreendedora, marcada pela colaboração e não pela competição.